Os que defendem o estado que nunca ajudou os 20% ( dois milhões) dos mais pobres dos nossos concidadãos são os que ficam muito indignados com os movimentos sociais de apoio aos pobres. Dizem eles, num lampejo de grande lucidez, que se deve acabar com a "caridade" para dar lugar "à solidariedade". Como se uma ocupasse o lugar da outra. É, evidente, que enquanto houver pobres há lugar para as duas. Interessa lá que alguém não tenha que comer um prato de sopa se isso é "caridade"?
Ajudam-se os pobres porque eles podem ser um perigo. Se um dia tiverem noção da sua força...é melhor tê-los "bem comidos". Outros pensam que é preciso mantê-los minimamente em condições de trabalharem se forem chamados. Isto é, numa noção e noutra , as pessoas deixaram de ser "seres humanos". O grande mal é que a assistência social estrutura uma categoria de cidadãos "os pobres". Categoria esta que não tem qualquer direito em reivindicar porque a "assistência" é o único ramo da administração pública "em que os interessados não têm qualquer participação."
Só há uma forma de sair deste circulo vicioso. Que o estado e a sociedade civil com políticas activas de trabalho e de solidariedade social possam "destruturar" a categoria de cidadãos pobres.
Como se constacta em Portugal, nestes quarenta anos, não há diferença nenhuma entre "solidariedade" e "caridade". Sob o ponto de vista do pobre não há diferença nenhuma!
PS: a partir de um texto da " Actual - expresso"
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