Como acontece todos os anos, por esta altura, o estado tem que entrar com mais uns milhões para a TAP ! Não há nenhum banco que empreste directamente à companhia..
A pergunta é outra? Defendem o País de quê? Estarão
a defender o País e os portugueses da possibilidade de se livrarem de
um problema gigantesco, para o qual só apareceu um candidato disponível a
pagá-lo? É uma defesa que todos, até os que são contra a venda da TAP
porque querem ver a bandeira portuguesa desenhada nos aviões com nomes
como Pedro Álvares Cabral ou Gago Coutinho, dispensaríamos.
Para que conste, como o Económico revela na edição de hoje, a
TAP está em ruptura de tesouraria e vai ter uma injecção de 100 milhões
de euros, porque não há banco privado que assuma esse risco. E a tese de
que a TAP não recebe dinheiro público é, como se vê, falsa. Pior, a
ruptura de tesouraria é uma regra no final de cada ano.
Quaisquer 35 milhões de euros de receita do Estado, mais 316 milhões
de euros para reequilibrar capitais próprios, mais 1,5 mil milhões de
euros de assumpção de dívida, mais quatro mil milhões de euros de
investimento em novos aviões, são irrelevantes. Surpreendentemente
irrelevantes, para quem se queixa de pagar tantos impostos. Para quem
está sob intervenção da ‘troika'. Estão, afinal, dispostos a pagar mais.
A
privatização da TAP é necessária, amanhã em Conselho de Ministros, ou,
venha o plano B, num Conselho de Ministros mais próximo de si.
Hoje ou amanhã, têm, claro, de ser salvaguardadas garantias de
manutenção da marca, das rotas, do ‘hub' de Lisboa, até do direito de
preferência do Estado português em caso de incumprimento. Porque é mais
importante uma TAP que contribua para o desenvolvimento de Portugal do
que uma TAP portuguesa de capitais públicos.
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