A comunicação social contribui para a desinformação, não só neste domínio mas também em outros, na maioria. Vejam o que diz o Prof João de Quinhones Levy, empresário e professor universitário:
"A privatização da Águas de Portugal está uma vez mais em cima da mesa e uma vez mais a discussão sobre a pertinência da sua venda está a derrapar para o campo político e mesmo sentimental, como a sua venda se traduzisse por entregar aquíferos e linhas de água às mãos dos privados, em vez da venda de um serviço....salientando apenas os aspectos positivos da sua atuação (elevada percentagem da população servida) e escamoteando todos os demais...e o incremento dos valores das tarifas- em alta, fruto de práticas megalómanas e despesistas"
Claro que a água não se privatiza, depende da chuva, da capacidade de recolha e captação, armazenagem, evaporação, consumo, desperdicio...são tão vastas as variáveis e é tão elevada a sua importância para a vida que o melhor mesmo é pensar que a água é de todos e de ninguém.Por isso todos os que têm responsabilidades nesta área são bem mais comedidos, querem melhorar a sua gestão. Em alta, na captação,tratamento e armazenamento e em baixa na sua distribuição.
O autor explica as diversas formas que podem ser usadas para a privatização da empresa que fornece o serviço numa visão a curto prazo e numa visão a médio e longo prazo. O estado encaixa mais ou menos dinheiro ou, dinamiza as empresas a nível local e regional conforme a decisão.
E discute-se esta questão em todo o mundo porquê? Porque já não há dúvida que a água vai ser cada vez mais escassa e que Portugal vai ser no futuro mais ou menos próximo uma das vítimas da falta de água. Há que encontrar as melhores soluções para a gestão da água, diminuir o desperdício ( que anda pelos 60% na fase da distribuição), encontrar um preço justo conforme se trata para consumo humano ou para lavar carros..
Tudo tem que ser discutido, analisado, para mudar para melhor. É essa a questão!
PS: para além da água a "Águas de
Portugal" tem mais duas dezenas de empresas, do lixo às energias.Com
5847 colaboradores, 6.4 milhões de pessoas abrangidas no tratamento e
valorização de resíduos, 8 milhões de pessoas abrangidas no
abastecimento de água e 8.22 milhões de pessoas abrangidas no saneamento
de águas residuais.
E participa em 42 empresas duas das
quais no estrangeiro (à custa da falência de dezenas de PMEs, a ideia
inicial era a criação de um cluster que falhou em toda a linha, tendo a
AdP tomado todo o negócio).
Tudo isto tem que ser revisto porque
este gigantismo não é eficaz e não assegura as melhores práticas de
gestão.Trata-se de mais um monopólio estatal, sem concorrência.
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