As obras públicas inúteis que se estenderam muito para além do necessário tiveram, entre outros objectivos, o de alimentar as máquinas das grandes empresas de construção civil e todas as PMEs a montante. Há vinte anos atrás houve um movimento de fusão entre elas de que resultaram as actuais mega-empresas, como é o caso da Mota - Engil que resultou da fusão daquelas duas empresas que lhe dão o nome.
Da mesma forma as PMEs da construção civil e imobiliárias, bem como gabinetes de engenharia, arquitectura e advocacia viveram das 400 000 casas que foram construídas a mais e que hoje estão desertas. Todas estas empresas viveram artificialmente alimentadas por financiamento barato e com a procura das famílias convencidas que poderiam manter o status...
Fechada a torneira do crédito estas empresas e este nível de vida, começaram a desabar , embora com pelo menos dez anos de atraso. E, mal de nós, se estas empresas forem substituídas por empresas do mesmo nível e nos mesmos sectores de actividade . Seria um desastre. O que precisamos é que este tecido empresarial seja substituído por empresas de maior e melhor tecnologia, viradas para os sectores de bens transaccionáveis, produzindo com inovação, qualidade e competitividade .
Só assim seremos capazes de ganhar mercados na exportação e substituir importações.
Claro que no meio disto tudo há os desempregados, as empresas fecham mais rapidamente do que se criam pelo que demoram tempo a criar postos de trabalho e a absorver mão de obra.
Estamos no meio desse processo revitalizador, com sérios problemas sociais que se foram acumulando pela inépcia e cobardia políticas. Atribuir a este governo o ónus total deste desastre não é sério.
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