O Nuno Santos acusou a administração da RTP de saneamento político. Tem que apresentar provas. O Conselho de Administração é seu superior hierárquico estão cortadas as relações de lealdade. Quando a anterior administração se demitiu por não estar de acordo com os planos do governo para a empresa todos os quadros deviam, no mínimo, colocar o lugar à disposição. Não é possível a empresa funcionar sem essa relação de lealdade e o que está a acontecer neste caso do Nuno Santos mostra isso à evidência.
A independência da Direcção de Informação tem um limite entre vários de outra índole. Tem que estar em linha com o plano estratégico delineado para a empresa pela Administração. Esta matéria não é exclusiva das empresas de comunicação social. Acontece em todas as empresas. A administração funciona ao nível estratégico e a Direcção ao nível operacional em linha com a estratégia definida.
Como poderá ser de outra forma? Se a administração, depois de ver aceite a sua estratégia pela Assembleia Geral de Accionistas e de ter aprovado o plano operacional apresentado pela direcção ,verificar que o caminho seguido não é o aprovado só tem que despedir a direcção.
É assim em todo o mundo!
Gostava de fazer três observações:
ResponderEliminarPrimeira: sobre este assunto, foi realizado um inquérito interno que apurou determinados factos. Dado que as conclusões do mesmo foram contestadas pelo jornalista Nuno Santos (e tem todo o direito de o fazer) o que seria normal é que o conflito seja dirimido em Tribunal. Até lá, julgo prematuro pronunciar-me sobre a veracidade dos factos ocorridos;
Segunda: o Jornalista Nuno Santos declarou (e eu ouvi) que, pela parte dele, tinha sido quebrada a sua confiança naquela Administração, com a qual não mais poderia voltar a trabalhar. Ao fazer estas declarações públicas, o jornalista Nuno Santos apresentou, publicamente, a sua demissão da RTP, a menos que estivesse a pensar ficar em casa, onde alguém da empresa lhe iria entregar mensalmente o seu ordenado;
Terceira: o jornalista Nuno Santos apresentou, como justificação para a falta de independência da Informação da RTP, uma Ordem de Serviço, datada dos primeiros dias de novembro, em que a realização de despesas estaria dependente de uma autorização expressa do Conselho de Administração. O que estranho é que, durante todo o mês de novembro, o diretor de Informação Nuno Santos conviveu com essa limitação, sem apresentar a sua demissão, então plenamente justificada com a falta de condições de independência para o desempenho do seu cargo. E é agora, depois de passado um mês, que vem argumentar com essa limitação?
O que me confunde é que nestas empresas públicas os seus trabalhadores estejam convencidos que as regras da empresa não se aplicam a eles...
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