terça-feira, 18 de dezembro de 2012

As pensões milionárias - por António Miguel Cristino

O Primeiro-Ministro, se quis falar das pensões milionárias de políticos e gestores públicos, do PS ao PSD, passando pelos do CDS, que nos últimos 30 anos "abarbataram" 80 milhões de euros por ano aos cofres da segurança social, com 9 ou 12 anos de descontos apenas, que o diga.
Que o diga olhos nos olhos, cara a cara, com a tal frontalidade que gosta sempre tanto de dizer que usa.
Não faça é como o outro (Sócrates) que, por falta dela, aproveitava os populismos fáceis e enrola tudo para parecer muito justo.

Comparar gestores públicos que com 8 anos de gestão ficaram com 15 ou 20 mil euros por mês com um médico que descontou 40 anos e ficou com uma pensão de 5000 euros é hipocrisia e pobreza de espírito.
Comparar políticos que por terem sido eleitos para 2 mandatos para a AR ficaram com pensões vitalícias de 5, 6 e 7 mil euros com um português privado que foi gestor dos seus negócios, profissional liberal (por exemplo advogado ou qualquer outra coisa) e descontou 58 ou 40 anos e ficou com uma reforma de 4000 euros mete nojo.
Comparar a reforma de um técnico ou gestor do Banco de Portugal que por ter lá desempenhado funções durante 5 anos ficou com uma reforma de 5,5 ou 7 mil euros por mês com um português que foi engenheiro, jurista, economista ou qualquer outra coisa de topo e descontou 35 ou 38 anos é, no mínimo, mesquinho e digno da minha indiferença.

ANOTAÇÃO: para os que gostam pouco de pensar pela própria cabeça e acham que tudo o que este PM (que recordo, apenas se licenciou há meia dúzia de anos e até 2007 geria formação profissional, vivendo dos tais fundos comunitários que hoje tanto critica) está bem feito ou dito, esclareço que não votei PS. Até votei num dos partidos da actual coligação. Mas não sou acéfalo e não engulo tudo o que me metem no prato.

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